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Alta taxa de suicídio entre idosos assusta especialistas

Foto: Reprodução

No mês que é dedicado a campanha de prevenção ao suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), junto ao Conselho Federal de Medicina, o especialista em psicologia, sáude e assistência social, reunidos na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sindprev) para a incidência de suicídios entre pessoas idosas, mostraram-se preocupados com o alto índice de ocorrências. Segundo eles, os principais fatores que ocasionam suicídio nessa faixa etária são o medo da ociosidade, a ausência da rotina profissional e a redução do poder de compra dos salários.Dados do Ministério da Saúde, divulgados em 2018, apontam para a alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos. Nessa faixa etária, foi registrada a taxa média de 8,9 mortes por 100 mil nos últimos seis anos. A taxa média nacional é 5,5 por 100 mil. Dados da Associação Brasileira de Psiquiatria e apontam que no Brasil, todos os anos, são registrados cerca de 12 mil suicídios e mais de 1 milhão em todo o mundo. Cerca de 96,8% dos casos estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.Para Raimundo Cintra, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Saúde, a sensação de abandono e de inutilidade representam riscos de agravamento da saúde mental entre as pessoas idosas. “É um momento difícil, onde as pessoas enfrentam desafios como a redução nos ganhos mensais, com consequente queda do padrão socioeconômico, a maior presença em casa amplia os conflitos familiares e o surgimento de doenças como diabetes, hipertensão e reumatismos que potencializam-se com o avançar da idade. Isso é uma bomba-relógio”, resumiu.

Para o psicólogo Antonio Marcos Sampaio, a própria pessoa e os amigos e familiares que integram o seu entorno precisam estar atentos aos sinais como tristeza involuntária, falta de disposição para atividades coletivas, dentre outros agravantes. “Além disso, ainda existe um preconceito para a abordagem da saúde mental”, completou.

A diretora da Superintendência de Assistência Integral à Saúde, da Secretaria da Saúde do Estado, Liliane Mascarenhas, ressaltou a importância do acolhimento e citou a importância de atividades de lazer e de autocuidado como fisioterapia, acupuntura, pilates, dentre outras. Ela lembrou também que existe uma necessidade de aproximar mais as pessoas. “A tecnologia ajuda e atrapalha ao mesmo tempo, pois em muitos casos acaba distanciando aqueles que convivem até no mesmo ambiente doméstico. Precisamos reforçar os contatos pessoais, com aqueles que a gente gosta. Substituir a mensagem por um telefonema e até mesmo por uma visita é muito importante”, elencou.

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