Governo anuncia investimentos de R$ 300 bi para indústria até 2026
O governo federal anunciará nesta 2ª feira (22.jan.2024) a nova política industrial para o país, com R$ 300 bilhões previstos em financiamentos para o setor até 2026. O plano será apresentado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e terá como mote a volta do Estado como principal indutor do desenvolvimento nacional.
A proposta, chamada de “Nova Indústria Brasil”, será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a reunião do CNDI (Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial), que será realizada no Palácio do Planalto.
Dos R$ 300 bilhões previstos, R$ 106 bilhões já haviam sido anunciados em julho de 2023, na 1ª reunião do CNDI. O plano tem ações previstas para a próxima década, até 2033.
Os recursos do programa serão geridos por BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial).
O financiamento será disponibilizado por meio de linhas de crédito e de recursos captados por meio de mercado de capitais, em alinhamento aos objetivos e prioridades do programa.
De acordo com o governo, a nova política priorizará ações do poder público como forma de induzir a produção nacional, com a oferta de linhas de crédito especiais, recursos não-reembolsáveis e ações regulatórias e de propriedade intelectual.
As compras públicas e a realização de obras, incluídas no rol do Novo PAC, também serão priorizadas pelo Executivo federal para incentivar o desenvolvimento industrial do país.
Lula já disse por diversas vezes acreditar que esta é a fórmula que seu governo vai usar para atrair investimentos privados para o país.
O programa define 6 áreas prioritárias para investimentos. O governo também estabeleceu metas a serem atingidas em cada um os segmentos até 2033. São eles:
Cadeias agroindustriais: mecanizar 70% dos estabelecimentos de agricultura familiar – atualmente a parcela é de 18%. Além disso, 95% das máquinas devem ser produzidas pela indústria nacional;
Saúde: ampliar a participação da produção nacional de 42% para 70% das necessidades do país em medicamentos, vacinas e equipamentos médicos;
Bem-estar nas cidades: reduzir em 20% o tempo de deslocamento das pessoas de casa para o trabalho. Ampliar em 25 pontos percentuais a participação da produção brasileira na cadeia da indústria do transporte público sustentável;
Transformação digital: digitalizar 90% das empresas industriais brasileiras – hoje são 23,5%. Triplicar a participação da produção nacional nos setores de novas tecnologias;
Descarbonização: ampliar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes – atualmente os combustíveis verdes representam 21,4% dessa matriz. Reduzir em 30% a emissão de carbono da indústria nacional;
Defesa: alcançar autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas. Serão priorizadas ações voltadas ao desenvolvimento de energia nuclear, sistemas de comunicação, sistemas de propulsão e veículos autônomos e remotamente controlados.