Ministro da Economia é pressionado por órgãos por mais recursos em 2022
Paulo Guedes/ Adriano Machado/Reuters
O Palácio do Planalto tem até o dia 31 de desse mês de agosto para enviar ao Congresso o projeto de Orçamento para o próximo ano e até agora há muitas dúvidas. O ministro da Economia, Paulo Guedes, vem sofrendo forte pressão por parte dos ministérios e órgãos do governo para a liberação de mais verba em 2022. Os pedidos de mais recursos partem principalmente da ala política do governo, que anseia por mais verbas para alimentar medidas e programas de viés eleitoral, pensando nas próximas eleições. O Itamaraty e o Turismo também pressionam a equipe econômica.
E não é pouca coisa. O Itamaraty quer R$ 2,3 bilhões de despesas discricionárias (de custeio) em 2022, e não mais R$ 1,8 bilhão como vinha sendo negociado. O ministro Carlos França (Relações Exteriores) diz que o aumento nos recursos para despesas discricionárias é indispensável e lista uma série de projetos que a pasta planeja em 2022, além de mencionar o aumento de custos por causa da desvalorização do real frente ao dólar.
Além disso, Guedes tem sido acionado pela ala política do governo para encontrar dinheiro a ser destinado a programas e medidas em 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pretende concorrer à reeleição. Sem o espaço no teto de gastos, parte do novo programa social, o Auxílio Brasil, fica comprometida. Esse programa deverá substituir o Bolsa Família, uma marca de governos petistas.
São tantas as pressões que o governo já enviou ao Congresso um projeto para adiar o pagamento de dívidas reconhecidas pela Justiça, os chamados de precatórios. A proposta ainda precisa ser votada para que essa conta seja parcelada nos próximos anos.